segunda-feira, 25 de outubro de 2010

questionamentos sobre a dança...

Ontem fui a uma apresentação de dança contemporânea do Grupo Contato, que, por sinal, foi maravilhosa, e, ao final, os bailarinos e a diretora do grupo responderam a certas perguntas realizadas pelo público. Em uma de suas respostas, a diretora comentou que o mundo da dança gera uma pressão muito grande sobre os bailarinos, pois existe uma exigência quase que geral de que um bom bailarino deve ter pernas altas, um bom eixo e ser endeor. Tal comentário me fez refletir e até realizar uma pergunta sobre como a diretora selecionava os componentes de seu grupo, a qual foi respondida no sentido de que seria mais uma questão de “feeling”. Difícil pensar sobre isso tudo. Há sempre os dois lados: 1) respeitar as limitações de cada bailarino e valorizar, sim, sua paixão pela dança; 2) prezar pela estética dos espetáculos e selecionar bailarinos que executem os movimentos com um certo nível de “qualidade”. Nesse diapasão, questiona-se, inclusive, o conceito de qualidade e beleza. O que seria um espetáculo belo, agradável de se ver? Diversos elementos podem ser apontados: 1) eficiência dos bailarinos; 2) sincronia dos movimentos; 3) formas visuais que agradam; 4) trilha sonora; 5) efeitos de luz; etc. A partir disso, surge o questionamento a respeito da profissionalização da dança e de sua mercantilização. Pergunto: a dança é um tipo de arte ou uma profissão? Deve ser vista também como meio de subsistência ou apenas como expressão da arte e percepção do prazer? De qualquer modo, eis o meu posicionamento em relação à dança (por enquanto…): danço porque me dá prazer, porque me dá saúde, porque me une aos meus amigos bailarinos, porque me traz elogios, porque me traz a oportunidade de subir no palco e sentir aquele friozinho na barriga, porque me faz conhecer meu corpo, porque me faz exercitar meu corpo, porque me faz ficar cansada, porque me faz suar, porque me faz gastar energia, porque me dá uma paz de espírito, porque traz entretenimento às pessoas!

3 comentários:

  1. Adorei Nicolle !! Interessante colocar essa questão a tona . Acredito sim , que é possível fazer arte ( que seja ela da forma que for ) e se sustentar por ela ... Porém , vejo ( eu ) que ela perde a beleza , quando passa a ser uma obrigação ...
    É maravilhoso vislumbrar um bailarino perfeito( en dehors , pernão , ponta perfeita , costas maravilhosas e um mega alongamento ...) mas é preciso mais que isso pra se emocionar , muito mais que isso ( e as vezes muito menos ), é necessário ver a vida , ou um sentimento , nem que seja a pura felicidade de estar ali , executando . Pq sem sentimento ... vira apenas exibição ( e na maioria das vezes , ela vem com uma pitadinha de estrelismo) que faz perder a beleza ,a simplicidade de tocar e ser tocado .
    Parabéns pelo blog Ní !

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  2. Oi Ni!!! Legal esse tema. Eu acredito que a dança, assim como outros tipos de arte, é uma forma de se expressar, de transmitir uma mensagem, e também, de perpetuar o belo. E sendo assim, é pessoal, por isso tantos estilos, técnicas, e "opiniões". O mais importante, além da buscar da perfeição técnica, é o sentir, o prazer, que pode sim, ser feito como forma de subsistência. O que é hobbie para uns, pode ser a profissão de outros. Esse é o maior barato de se fazer arte, cada macaco no seu galho!!!Bjos pra ti, uma linda e talentosa bailarina!!!

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  3. Bom falando de dança, é com a gente mesmo né? Eu acho que a dança pode ser as duas coisas, tanto arte como profissão! A questão do bailarino perfeito, acho que depende muito, é claro que as perfeições, sincronia de movimentos, pernas altas e tudo mais contam muito, no ballet principalmente mas creio que por outro lado, a expressão e o feeling são bemmmm importantes. No Street Dance por exemplo, a técnica é menos minusciosa que no Ballet, onde, para ser um bom dançarino, o que voce "passa", a atitude é o mais importante! Pra mim, a dança é uma "fuga" quando estou lá, esqueço de tudo, mergulho dentro sem pensar em mais nada. me faz um bem enorme e por mais que as vezes a perna nao chegue aos 180 graus, é como se ela estivesse la... ;)

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